Santinho Pacheco (Pres. CM Gouveia), Mário Soares e
Vergílio Ferreira, no dia 10 de Setembro de 1995, durante a
inauguração da Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, em Gouveia
(fotografia do Notícias de Gouveia)
5-Agosto [1976] (quinta). Como num jogo, está convencionado que cada elemento tem o seu valor. O homem entende-se é com entidades abstractas: patrões, capital, operário. Na discussão do Programa do Governo, perguntou-se a Mário Soares se tencionava desnacionalizar empresas. A resposta dele devia ser: a empresa tal e tal dava lucro quando não nacionalizada. Agora dá encargos ao País: que é que se há-de fazer? em nome de quê continuar nacionalizada? Mas não. Desnacionalizar era aceitar o patrão, ou seja, o diabo. Logo, nem falar nisso. Pressuroso, complexado, Mário Soares garantiu a nacionalização. Devia perguntar-se: e depois? onde se vai buscar o dinheiro? os empréstimos estrangeiros (já comprometemos trinta por cento do ouro) vão continuar só para pagar salários? Mas não se pergunta. Dir-se-ia «isso é fascismo». E acabou-se. Mas todos os partidos têm medo das palavras. O vocabulário da revolução não coincide com o da realidade. conta-corrente 1
Vergílio Ferreira
Bertrand, 3ª ed, 1982
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